Iniciativas como praias acessíveis, Carnaval inclusivo e exemplos bem sucedidos no setor aéreo têm se multiplicado no território nacional
O Dia Mundial de Conscientização sobre a Acessibilidade é celebrado nesta quinta-feira (19/05) e tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiências. Tratado como prioridade pelo Governo Federal, o tema acessibilidade tem cada vez mais relevância no Brasil e está em evidência também no turismo.
Iniciativas como praias acessíveis, Carnaval inclusivo e boas práticas no setor aéreo têm se multiplicado no território nacional. Por meio da Gerência de Turismo Acessível, a Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo) mapeia esses modelos e planeja usá-los como ferramentas de promoção do Brasil como destino referência para o mundo.
“Nossa missão é reunir iniciativas e ações relacionadas à acessibilidade para buscar soluções que garantam o desenvolvimento de uma política de turismo inclusivo e acessível para todos, tornando o Brasil um país para onde todos possam viajar”, afirma o presidente da Embratur, Silvio Nascimento.
No mês passado, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) debateram questões sobre acessibilidade no setor aéreo brasileiro. A iniciativa da OACI pretende conhecer as melhores práticas adotadas por Estados-Membros e o Brasil foi o primeiro país selecionado na América do Sul. A ideia da organização é juntar elementos para estabelecer novos requisitos e práticas recomendadas, como balcões e banheiros adaptados, pisos táteis, sinalização para as prioridades, entre outros recursos já adotados por aeroportos internacionais no Brasil.
Vamos à praia?
Entre os destinos mais procurados pelo turista estrangeiro, as praias brasileiras estão cada vez mais aptas a receber as pessoas com deficiência. Em Fernando de Noronha (PE), há pontos preparados e acessíveis para qualquer tipo de deficiência física.
Na Praia do Sudeste, por exemplo, existem rampas da entrada até a areia, além de cadeiras de rodas adaptadas que permitem ao turista, além de circular pela faixa de areia, tomar banho de mar. Guias estão de prontidão na orla e podem auxiliar no uso do equipamento. Já na Praia do Sancho, considerada uma das mais belas do mundo, há rampas adaptadas que dão acesso ao mirante, assim como na Praia do Leão.
Em São Paulo, o projeto Praia Acessível conta com 12 municípios do litoral paulista e nove prainhas de água doce do interior do estado. Cadeiras anfíbias foram entregues nas cidades do litoral como Bertioga, Caraguatatuba, Guarujá, Itanhaém, Ilhabela, Mongaguá, Santos, São Sebastião, São Vicente, Praia Grande, Cananéia e Ubatuba.
Um programa semelhante encabeçado pelo governo de Santa Catarina atende a pessoas com diferentes graus de deficiência física e mental em 68 praias de 23 cidades litorâneas.
Além das praias, outros atrativos turísticos no Brasil estão preparados para o turismo acessível. Parques Nacionais, cachoeiras, museus, teatros e outras atrações culturais também compõem a lista de ambientes que buscam inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística, de modo a permitir o alcance e a utilização de serviços, edificações e empreendimentos turísticos com segurança e autonomia.
Guia Arquitetônico
Com o objetivo de desenvolver o turismo acessível nacional e, mais especificamente, posicionar Brasília (DF) como um destino referência mundial neste segmento, a Embratur, o Ministério do Turismo e a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica em fevereiro deste ano.
O projeto envolveu a criação de um Guia Arquitetônico de Turismo Acessível, cuja rota, que está no escopo do acordo de cooperação, percorre seis atrativos localizados no Eixo Monumental de Brasília, pelo qual o turista com deficiência é orientado sobre como se deslocar entre os pontos, como acessar cada um desses locais e o que vai encontrar em cada um deles.
Segundo dados do IBGE de 2019, existem pelo menos 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, o que representa 25% da população. A nível mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2012) estima que mais de 1 bilhão de pessoas possuam algum tipo de deficiência.
Foto: Roberto Castro/MTur