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Embratur vai estimular criação de coworkings para receber nômades digitais estrangeiros

A iniciativa foi discutida em encontro em Lisboa com empresa que reúne comunidade de viajantes que trabalham de forma remota pelo mundo. No Brasil, a cidade de Pipa (RN) já recebe o projeto, mas objetivo é ampliar para outros municípios do país
Pedro Melim/Embratur
O encontro ocorreu no terceiro dia da Feira Internacional de Lisboa

06/03/2023 – A Embratur fará parceria com a empresa portuguesa NomadX para estimular a criação de coworkings focados em estrangeiros que desejam viajar ao Brasil e trabalhar de forma remota ao mesmo tempo, são os chamados nômades digitais. O assunto foi tratado durante a Feira Internacional de Lisboa, um dos mais importantes eventos de turismo da Europa, entre o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e o diretor executivo da NomadX, Gonçalo Hall, que administra uma rede de espaços desse tipo em diversos países.

 

“A nova Embratur vai focar em inovação e tecnologia para trazer mais estrangeiros ao nosso país e melhorar a experiência de quem vem nos visitar. A NomadX já está em Pipa, no Rio Grande do Norte. Queremos ampliar essa rede para recebermos mais turistas no Brasil”, disse Freixo.

 

A NomadX reúne hoje uma comunidade de cerca de 20 mil nômades digitais que viajam o mundo. A empresa tem sedes em Lisboa, Caparica, Madeira, Cabo Verde e Pipa. “Hoje nós temos uma comunidade de cerca de 50 pessoas utilizando nosso espaço em Pipa. Um nômade digital gasta em média 1.800 euros por mês e passa cerca de 2 meses em cada local. Estamos falando de jovens entre 25 e 35 anos que ganham entre 3 a 5 mil euros de salário. Tem um impacto importante na economia de pequenas cidades”, explicou Gonçalo.

 

Algumas cidades brasileiras manifestaram interesse em receber os nômades digitais: João Pessoa (PB), São Miguel do Gostoso (RN), Recife (PE), Maceió (AL), Santos (SP) e Florianópolis (SC). “Nós vamos abrir o diálogo com as prefeituras para apresentar o projeto de ampliar essa lista de cidades que podem receber esses turistas. Precisamos garantir local de hospedagem, salas de trabalho, conectividade e segurança para esses estrangeiros”, disse o presidente da Embratur.

 

Gonçalo explicou que esse tipo de visitante não está somente interessado em aproveitar pontos turísticos. Segundo o diretor, eles buscam se inserir e viver as experiências na comunidade como se fosse um local. “Eles consomem nos estabelecimentos que os moradores gostam de ir, querem aprender a cultura local, alguns acabam ensinando línguas estrangeiras a crianças. É uma experiência imersiva que tem muitos desdobramentos para as pequenas cidades”, concluiu.

 

A Embratur e a NômadX farão um novo encontro em abril para elaborar o plano de ação conjunta e a expectativa é que em novembro novos centros estejam funcionando no país.