MANIFESTO

Embratur publica manifesto de combate ao racismo em repercussão do caso Vini Jr

Nos próximos dias, a Agência veste a sua marca de preto e branco para simbolizar o seu compromisso público contra as ofensas raciais

Susana Vera/Reuters
Ao longo de pelo menos dois anos, o atleta Vinícius Jr é vítima de ofensas raciais em estádios de futebol e fora deles

23/05/2023 – A Embratur publicou nas suas redes sociais, nesta terça-feira (23), manifesto de combate ao racismo. Além de explicar a estratégia que culminou na modificação das cores de sua logomarca, a Agência detalhou as ações que tem adotado para combater o racismo no turismo e promover maior diversidade de raça dentro da empresa.

A nota foi motivada pelos ataques que o atleta Vinícius Jr. vem sofrendo ao longo dos últimos anos, sendo vítima de ofensas raciais em estádios de futebol e fora deles na Espanha, onde joga pelo clube Real Madrid. Durante uma semana, a Embratur produzirá conteúdos e aprofundará os debates sobre as políticas de combate ao racismo no turismo. Nos próximos dias, a Agência veste a sua marca de preto e branco.

Confira o manifesto na íntegra

“A Embratur tem a missão institucional de promover a imagem do Brasil no exterior. Em nossa comunicação, usamos muitas cores para simbolizar a diversidade, as festas e a alegria de nosso povo. Mas nesta semana nós queremos deixar uma única mensagem para o mundo, a de combate ao racismo. Nos próximos dias, vestiremos nossa marca de preto e branco.

Ao longo de pelo menos dois anos, o atleta Vinícius Jr é vítima de ofensas raciais em estádios de futebol e fora deles. O episódio do último domingo foi o décimo. O racismo que ele sofre é estrutural e se manifesta na atuação leniente da arbitragem, dos dirigentes de futebol e das autoridades públicas. Nem mesmo a imprensa da Espanha deu o destaque devido. Todos seguem tolerando o que já passou dos limites, há tempo.

Essa não pode ser uma luta apenas de Vinícius Júnior e de quem sofre racismo, aqui e fora do país. Precisamos cobrar, precisamos agir. O governo brasileiro corretamente trata esses crimes como uma questão diplomática. A Embaixada do Brasil na Espanha pediu explicações ao governo local, o Ministério da Igualdade Racial vai acionar o Ministério Público espanhol; o Ministério dos Direitos Humanos, a CBF e o próprio presidente Lula também manifestaram repúdio e cobraram ações efetivas.

Nós, da Embratur, reafirmamos nosso compromisso no combate ao racismo. É hora de acelerar, olharmos para dentro e fazermos mais. Criamos uma coordenadoria para promover o afroturismo como uma política de geração de emprego e renda, de resgate e valorização da história e da cultura de nossos povos ancestrais. Vamos promover ações de qualificação junto aos estabelecimentos turísticos, aeroportos e companhias aéreas para enfrentarmos o racismo no turismo. Implementamos políticas internas de recursos humanos para ampliar a diversidade racial em nossa equipe, e para garantir um ambiente de trabalho saudável.”