Pesquisa da Harris Interactive, de 2022, aponta que 86% dos europeus estão dispostos a mudar hábitos de consumo para proteger o meio ambiente. Em levantamento da Deloitte, 40% dos ingleses só escolhem marcas sustentáveis. O engajamento com os impactos do consumo é mais que tendência, é uma postura política de uma geração que entende a sustentabilidade como um projeto de sociedade com valores de respeito aos direitos humanos, justiça social e fraternidade entre os povos.
Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), atualmente 69% dos viajantes buscam destinos sustentáveis. No turismo, a escolha para onde ir nas férias tem o poder de induzir mudanças estruturais na economia do seu destino. Quem visita a Amazônia, o Pantanal ou a Mata Atlântica contribui para combater a exploração do meio ambiente de forma insustentável. Passamos a gerar mais emprego com a floresta em pé do que do que devastada. Sai a motosserra e a mineração ilegal, entram pousadas, restaurantes e uma cadeia de serviços que geram emprego e renda.
A construção de uma humanidade sustentável é uma utopia que só tem chances de se realizar globalmente. Vivemos num único planeta, e pouco adiantará cuidar apenas do quintal de casa. Hoje, o entendimento da comunidade internacional é de que o futuro da humanidade depende, em grande medida, da vitória de um Brasil democrático e sustentável. Eles querem nos visitar para nos ajudar a fazer esse projeto de Brasil dar certo. E esse turista começou a chegar. Desde novembro do ano passado, o desembarque de estrangeiros deu uma guinada, e hoje já alcançamos os patamares pré-pandemia, de 2019.
A Embratur atua reconstruindo a imagem do Brasil no exterior e qualificando nossos serviços para garantir que sejam ambiental, social e economicamente sustentáveis. Criamos a Gerência de Sustentabilidade e Ações Climáticas, que trabalha com estados e municípios em ações de mitigação e adaptação climática, e realiza workshops de qualificação das empresas do turismo. Estamos implementando nossa política interna de sustentabilidade, com metas de neutralizar a emissão de carbono de nossas atividades.
Conforme projeção da WTTC, um em cada três novos empregos no mundo até 2035 serão gerados pelo turismo, uma atividade econômica resiliente até mesmo aos impactos do avanço da inteligência artificial no mercado de trabalho, afinal quando viajamos queremos interagir com pessoas e conhecer diferentes culturas. Novas tecnologias devem ser utilizadas para melhorar a experiência do turista – e para dar conta desse desafio criamos o EmbraturLAB.
Conforme a Fundação Getúlio Vargas, a cada real investido em promoção internacional do turismo, R$ 20 entram no país. É um investimento imbatível. De janeiro a maio deste ano, os estrangeiros deixaram aqui R$ 13 bilhões, o melhor resultado em 5 anos. É renda no bolso de 7 milhões de trabalhadores. O turismo conserva a floresta, mas também melhora a infraestrutura, a educação, o transporte e a segurança pública. E produz aquilo que brasileiro mais gosta: alegria e emprego.
Marcelo Freixo
Presidente da Embratur