31/08/2023 – Mapear as experiências e destinos, qualificar a cadeia de serviços e promover o afroturismo brasileiro dentro e fora do país. Estes foram os principais objetivos de um encontro que reuniu, nesta quinta-feira (31), representantes da Embratur, dos Ministérios do Turismo (MTur) e da Igualdade Racial (MIR), da plataforma digital de promoção do Afroturismo, Diáspora.Black e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID ) – este último anfitrião do evento, realizado em Brasília.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou que o afroturismo é prioridade da atual gestão da Agência. “O afroturismo é eixo central da estratégia da Embratur para promoção de novos produtos. É um segmento compatível com o que século XXI exige de nós – sermos antirracistas, valorizando e respeitando a cultura do povo negro. Precisamos pensar no afroturismo nesse aspecto subjetivo, de resgate da história e valorização da cultura, mas também também como um grande negócio, que gera emprego e renda, e empodera empreendedores negros”, comentou.
A Embratur tem investido no afroturismo como um dos carros-chefes da nova gestão. No início do ano, o presidente Freixo criou a coordenação de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas. No encontro, a coordenadora desta temática na Agência, Tania Neres, afirmou que o afroturismo é, sim, um produto de exportação.
“O afroturismo está nas campanhas da Embratur. Não estamos falando somente visitar locais-referência de acontecimentos negros, mas de experiências de quilombos, terreiros, de escolas de samba, de blocos afro, dos festivais de música e artes. Falamos das memórias do nosso país, mas também do que estamos construindo no presente e do que projetamos para o futuro. Hoje, os turistas de todo mundo querem conhecer esses roteiros”, afirmou.
Fortalecimento do afroturismo
No encontro, os participantes reforçaram a importância do afroturismo brasileiro como um resgate da ancestralidade e da diversidade. “A valorização da diversidade é uma das formas de desenvolver a América do Sul e o Caribe. O afroturismo vem para valorizar a cultura e história do povo brasileiro e também é um importante instrumento no combate ao racismo”, afirmou Tania.
Antônio Pita, co-fundador da Diaspora.Black, startup de turismo e cultura negra presente em 45 países, considera que o encontro tem um grande significado. “O evento de hoje significa muito para os atores do afroturismo. Estamos reunidos para fazer com o que o afroturismo prospere a partir de sua promoção e, assim, movimentar a economia na geração de emprego e renda”.
Para a diretora de Articulação Interfederativa do Ministério da Igualdade Racial, Isadora Bispo, o debate no encontro ajuda a fortalecer e alinhar as políticas de fomento ao afroturismo entre os entes federativos.
“O que temos que pensar é se o afroturismo está alinhado ao que temos no Brasil e como podemos melhorar essas experiências. O turismo é um parceiro no desenvolvimento das comunidades e dos empreendedores negros. É uma forma de reparação histórica”, pontuou.
Ao final, os representantes da Embratur, do MTur, do MIR, do Diáspora.Black e do BID irão elaborar um documento com propostas de atuação estratégica de fomento ao afroturismo e como podem contribuir para promoção destes roteiros.