DIVERSIDADE E INCLUSÃO

Embratur participa de conversa sobre inclusão de pessoas trans e travestis no mercado de trabalho

Encontro aconteceu no auditório do Ministério do Turismo e também destacou a importância da diversidade no trade turístico brasileiro
Roberto Castro/Mtur
Bate-papo sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho foi organizado pelo Ministério do Turismo

29/01/2024 – A Embratur participou de um bate-papo do Ministério do Turismo (MTur) que abordou a inserção de pessoas trans e travestis no mercado de trabalho e no trade turístico brasileiro. O encontro aconteceu no auditório do ministério, na manhã desta segunda-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, e contou com a presença da secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat; da oficial de igualdade do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS no Brasil (Unaids), Ariadne Ribeiro, e da secretária executiva do MTur, Ana Carla Machado Lopes.

A reunião aconteceu um dia depois da primeira marcha trans do Brasil, que ocupou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo (28), para celebrar 20 anos do Dia Nacional da Visibilidade Trans. Durante o bate-papo, Symmy Larrat e Ariadne Ribeiro destacaram, dentre outras coisas, a importância de o setor de turismo abraçar essa visibilidade para trazer segurança e garantia de direitos para pessoas trans no Brasil e também para turistas internacionais que façam parte dessa parcela da população.

Primeira a falar, Symmy Larrat contou que a promoção da inclusão é uma forma de mudar a história do país. Para isso acontecer, segundo ela, é preciso criar processos que garantam acesso e participação dessas pessoas. “E o turismo tem uma potência gigante de narrativa e construção disso. Porque se você vai se vender, você mostra o melhor que tem, aquilo que você, seu projeto, se destacam. E se você vai receber alguém, você arruma a casa”, comparou.

“Quando o turismo passa a ser inclusivo, faz com que outros ministérios, outras partes do governo, se movimentem para se preparar para as mudanças. É preciso uma rede protetiva, legislação, possibilidade de buscar seus direitos. O turismo, quando introjeta a causa, força a mudança para dentro. E se a gente vende isso [para o exterior] e arruma a casa, as pessoas precisam ocupar espaços, serem vistas. Ou então, o território não estará preparado e nos expulsará indiretamente”, alertou Larrat.

Ações contundentes
Ariadne Ribeiro destacou que as empresas precisam trabalhar a inclusividade na prática, e não para conquistar selos de aprovação. “As empresas querem ter o selo da ONU, mas quando vamos ver qual a diversidade e inclusão estão fazendo, elas não estão. Vamos ver um quadro de inclusão de LGBTQIA+ e só vemos gay brancos. Arrumar a casa não é só deixá-la bonita. É preciso garantir que o ambiente não seja hostil. A vulnerabilidade criada em certos grupos é uma dívida de cada um de nós”, lembrou.

Symmy e Ariadne também destacaram que a inclusividade garante mais inovações e mais respostas a conflitos e soluções de problema. “Quanto maior a diversidade, maior a inovação, maior a resposta a conflitos específicos. A gente sabe o quanto a diversidade tem a acrescentar em qualquer ambiente de trabalho”, ressaltou Ariadne. 

A coordenadora de Diversidade, Afroturismo e Povos Indígenas da Embratur, Tania Neres, representou a Agência no evento. Após o bate-papo, ela agradeceu ao MTur pela promoção do debate e destacou que a Embratur tem trabalhado para garantir essa diversidade. 

“A gente participou de um bate-papo incrível sobre inclusão da comunidade trans no mercado de trabalho, que é muito importante para o turismo e toda a nossa cadeia de mercado. Principalmente para a Embratur, que está com um comitê de diversidade, que é um pensamento do presidente, Marcelo Freixo, também, e vamos desenvolver muito mais. Estamos aqui para receber com muito carinho e acolhimento toda a comunidade”, afirmou Tania Neres.