INOVAÇÃO NO TURISMO

Embratur participa de debate sobre Inteligência Artificial promovido pelo Correio Braziliense e Sebrae

Diretor de Gestão e Inovação da Agência, Roberto Gevaerd falou sobre o potencial das novas tecnologias para aproximar pessoas e destinos, e fortalecer negócios
Renato Vaz/Embratur
Roberto Gevaerd, diretor de Gestão e Inovação da Embratur, discursa em evento sobre impactos da IA no mercado brasileiro

30/04/2024 – A Inteligência Artificial (IA) é uma ferramenta com poder para aproximar pessoas e destinos. É o que argumentou o diretor de Gestão e Inovação da Embratur, Roberto Gevaerd, em um painel do CB Debate, promovido pelo jornal Correio Braziliense e pelo Sebrae, parceiro da Agência. No evento, que teve como tema “Inteligência Artificial e as Novas Tecnologias: os impactos no mercado brasileiro”, o diretor, autoridades e representantes de diversos setores discutiram os potenciais e os desafios no uso das IAs.

Gevaerd destacou, em sua fala, a importância de pensar no turismo a partir da perspectiva econômica. Em 2023, o setor representou 7,3% do PIB do Brasil, agrupa mais de 500 atividades econômicas e gera mais de 7 milhões de empregos. “Não sei quem se lembra da última vez que foi a um banco ou cartório. A tecnologia tem nos afastado de certos espaços. No caso do turismo, é o oposto. A tecnologia tem que nos aproximar das pessoas e dos destinos. Por isso, temos feito esse movimento de dialogar com o setor de tecnologia”, explicou.

A cadeia do turismo é democrática e inclui desde o vendedor de coco ou de milho, por exemplo, ao taxista, ao motorista do Uber, ao garçom e ao dono de um resort. Desse grupo, 95% dos empreendimentos são de pequenas e médias empresas, e Gevaerd lembrou que há a necessidade de fortalecer a cultura de inovação.

“Temos que ter cuidado com quem está na cadeia do turismo. Ampliar competitividade, criar novos produtos e melhorar cada vez mais a experiência [do turista]. Mais de 100 milhões de pessoas viajam pelo Brasil ao longo do ano. Desses, mais de 6 milhões são de estrangeiros com um ticket médio mais elevado, que gastam mais dinheiro. Esses são números de 2023. No ano passado, batemos recorde de arrecadação com o turismo internacional. Ultrapassamos 2014, ano de Copa do Mundo [no Brasil], e temos um potencial econômico que não podemos deixar em segundo plano”, explicou o diretor aos presentes.

Aplicações diversas
Entre as diversas possibilidades de aplicação de novas tecnologias que Gevaerd apresentou no evento, está o uso de IA para auxiliar os turistas diretamente nos destinos, melhorando a experiência. A outra é para o operador, que pode precificar produtos e calcular o investimento e o retorno financeiro, por exemplo. Ferramentas que, segundo o diretor, já estão disponíveis e potencializam os negócios das empresas.

“Você já consegue criar, com os chats, um roteiro ultra personalizado, incluindo os horários de dormir, acordar, o que quer visitar e onde ir. Tem ferramenta em que a pessoa tira foto de um edifício, já fizemos esse experimento, e tem as informações de quem construiu, a influência artística e que ano foi. E a imersão é fundamental. Se o turista está entre as Cataratas do Iguaçu e a Niagara Falls, você entra na imersão virtual, vê qual gostou mais e escolhe”, exemplificou. 

Gevaerd ressaltou o projeto Rotas Literárias, do EmbraturLab, que desenvolveu duas rotas guiadas no Rio de Janeiro (RJ) com auxílio de IA. Em uma delas, o turista acompanha trajetos ligados ao escritor Machado de Assis e seus personagens no centro histórico da capital fluminense e, na outra, uma série de pontos queridos a escritores como Clarice Lispector, Vinicius de Moraes e outros. Ele alertou, ainda, para a importância de as empresas manterem seus serviços atualizados nas redes sociais e no site oficial do empreendimento.

Dados e IA
Outro a participar foi o líder de Ciência de Dados do Sebrae Nacional, Tomaz Carrijo. Em sua fala, ele elencou algumas das diversas potencialidades de usos de ferramentas como o ChatGPT, por exemplo. Por outro lado, o especialista ressaltou a importância de um uso cuidadoso das novas tecnologias. 

“A IA é consumidora de dados. Não é geradora. Antes de discutir IA, é importante discutir a governança de dados do seu cliente ou do seu negócio. É preciso uma curadoria para que a informação seja confiável. Precisamos ter crítica para analisar as respostas”, disse.

Para ele, as IAs podem ajudar reduzindo o peso de parte das atividades profissionais e abrindo espaço para o uso da criatividade, por exemplo. Participaram do debate, também, o diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa; o economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luis Kubota; o vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Roberval Belinati; o secretário da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, Henrique Oliveira Miguel; o senador Izalci Lucas (PL-DF), além de professores e lideranças sindicais.