18/07/2024 – Em reunião com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, nesta quarta-feira (17), o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, anunciou a retomada de uma estratégia de promoção turística dos destinos brasileiros no país asiático, que retorna à lista de prioridades da Agência. Dentre as ações planejadas está o estudo para a participação na próxima edição da feira de turismo ITB China, que acontece em maio de 2025. No encontro, ficou definido ainda o trabalho conjunto de elaboração de termos de uma parceria de promoção turística entre os dois países. 

“A China é um parceiro estratégico do Brasil no comércio internacional, na diplomacia, é membro do BRICS. Essa parceria com o governo chinês é muito estratégica para o Brasil, e com certeza, trará impactos positivos num maior fluxo de viajantes entre os dois países, com grande troca cultural e comercial, aproximando ainda mais os nossos povos. O Brasil é um destino com muita diversidade cultural e natural, e está preparado para receber os turistas chineses”, declarou Freixo.

O embaixador da China se mostrou alinhado com a ideia de aproximação entre os países, o aumento da conectividade aérea e o intercâmbio cultural. “As relações entre China e Brasil são importantes e transmitem aos chineses a percepção de que o Brasil é um país amistoso, o que traz mais interesse em visitarmos o país”, disse durante o encontro. 

Os dois países celebram, este ano, 50 anos de relações diplomáticas e 20 anos da criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).

Em novembro, o presidente da China,  Xi Jinping, realizará visita de Estado ao Brasil, em Brasília, antes de sua participação na reunião de líderes do G20, no Rio de Janeiro. A visita de Estado do presidente chinês ocorrerá em retribuição à visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em abril de 2023, e à visita oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin em junho de 2024 para a VII Sessão Plenária da Cosban, em Pequim. 

Conectividade aérea

Aumentar os voos que conectam o Brasil ao mundo também está entre as estratégias da Embratur para alcançar o mercado internacional. Com capacidade para 293 passageiros, o voo da Air China entre Pequim e Guarulhos (SP) foi retomado no final do mês de abril, após ter sido interrompido em 2020. A rota faz escala técnica em Madri, na Espanha, e acontece duas vezes por semana. 

Durante a reunião, o diretor de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis, sugeriu o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI) como alternativa para fortalecer a conectividade aérea.

O presidente da Embratur endossou: “O nosso objetivo sempre será aumentar o número de visitantes estrangeiros que vêm ao Brasil e a conectividade aérea é um caminho importante quando falamos sobre o mercado chinês”. “Já temos o PATI, que pode nos facilitar parcerias com as companhias aéreas e aeroportos para a ampliação no número de assentos e voos que atendam os visitantes chineses. O aumento da conectividade aérea significa mais comércio, mais viagens e mais turismo”, reforçou Marcelo Freixo.

Adesão à SmoothTravel

Neste mês de julho, a Embratur aderiu à SmoothTravel, plataforma voltada aos operadores de turismo que intermedeia a comercialização de produtos e destinos turísticos no mercado chinês. A Embratur é a primeira Destination Management Organization (DMO) da América do Sul a entrar para a plataforma, que é parte da estratégia para impulsionar parcerias entre os players do setor de turismo do Brasil e da China. 

Para mostrar ao trade brasileiro como funciona e como se conectar com o trade do turismo chinês através da plataforma Smooth Travel, a Embratur promove um webinar no próximo dia 23 de julho, às 15h. A Agência irá apresentar também o “Market insight da China”, publicação que reúne as principais informações sobre o mercado turístico do país asiático. Com esses dados, operadores, agentes, associações e demais atores do mercado poderão traçar estratégias para vender os produtos turísticos brasileiros.

As preferências dos turistas chineses, a malha aérea, os destinos mais visitados e os principais concorrentes do Brasil são assuntos que também serão abordados no webinar. O evento terá ainda a participação de Denis Doria Ribeiro, general manager Brasil, Chile e Paraguai da Aviareps, que irá mostrar como funciona a plataforma SmoothTravel e como o trade brasileiro pode aderir a ela.

Estudo da Globaldata
Empresa de análise e consultoria de dados sediada na Inglaterra, a Globaldata estima que até 2028 a China crescerá 300% em número de turistas internacionais, passando dos atuais 67,4 milhões para 200 milhões. Os chineses também são os que mais gastam com turismo. Só em 2023, foram US$ 196,5 bilhões com despesas de viagens, uma média de US$ 1.949,31 por pessoa.

Os turistas do país asiático estão explorando novos destinos e o Brasil é o país mais procurado na América do Sul. De janeiro a maio de 2024, 27.262 chineses desembarcaram no Brasil, 59,9% a mais que no mesmo período do ano passado (10.915 pessoas), segundo o Portal de Dados da Embratur. 

Atualmente, os destinos mais comercializados no mercado chinês são Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Manaus e São Paulo. Com a plataforma SmoothTravel, será possível diversificar essa oferta e posicionar o Brasil como um destino com produtos completos.

Ao trade turístico, a plataforma oferece recursos como: acesso às últimas políticas de viagens e insights da indústria na China; atualizações diárias do mercado; treinamento de destinos; acesso ao relatório anual de tendências de viagens outbound (mais focado na China); pesquisa de segmentos de consumidores principais; suporte a roadshows, entre outros.

Parceria Brasil-China

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2023, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 157,5 bilhões. Brasil e China estabeleceram Parceria Estratégica em 1993, ampliando a relação para Parceria Estratégica Global em 2012. Os países comemoram 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024.