12/05/2025 – O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, discursou, nesta segunda-feira (12), no Palácio do Itamaraty, durante a Reunião Ministerial de Turismo do BRICS. O encontro contou com a presença de representantes da China, do Egito, da Etiópia, da Índia, Indonésia, Irã, Rússia e África do Sul e resultou na assinatura da Declaração do Cerrado, que posiciona o turismo como ferramenta de desenvolvimento para o Sul Global. A reunião de cúpula dos chefes de Estado do BRICS será realizada em 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.
A Presidência brasileira irá até 31 de dezembro e é guiada pelo lema: “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Em sua fala, Freixo abordou temas como a integração regional e cooperação do Sul Global, turismo sustentável e regenerativo e estratégias para fomentar o turismo de nômades digitais, discutidos por todos os presentes. Para o presidente da Embratur, a integração regional e a cooperação entre os países do Sul Global são necessidades históricas.
“O Brasil, lar da Amazônia, do Pantanal e da Mata Atlântica, entende que a proteção de nossos biomas é um compromisso global. O Brasil que idealizamos para o mundo é um projeto de futuro da humanidade. Um país que combate desigualdades, valoriza sua diversidade étnica e cultural e assume a liderança global na transição para uma economia sustentável”, discursou.
Após o encontro, o presidente da Embratur destacou a importância dos temas debatidos. “A gente chegou a um acordo final, um consenso, a Carta do Cerrado, que fala em sustentabilidade, relação de emprego e renda e o turismo como uma ferramenta decisiva para a relação cada vez melhor entre os países”, disse.
“A gente tocou aqui um ponto importante dos nômades digitais. São 40 milhões de trabalhadores que não têm, necessariamente, que se fixar num país ou outro. E há um estímulo para que possam circular e viver nos países do BRICS, gerando emprego e renda”, completou Freixo.
Durante a reunião, o ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou o papel estratégico do turismo como força motriz para o desenvolvimento econômico, social e ambiental dos países do bloco. “Estamos aqui dando mais um firme passo nesse propósito, em consonância com o multilateralismo tão defendido pelo nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Declaração do Cerrado é um marco na história do turismo global. Os países que fazem parte do BRICS formam a maior economia, o maior mercado consumidor e o maior grupo de turistas. Esse documento define como os nossos países devem direcionar suas ações no turismo”, afirmou o ministro.
BRICS
Participaram do evento, ao lado de Marcelo Freixo, o ministro do Turismo, Celso Sabino, o assessor de Relações Internacionais da Embratur, Paulo Lins, a chefe da Assessoria Internacional do MTur, Kamila Zardini, o diretor de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério de Relações Exteriores (MRE), Alex Giacomelli, e a chefe de Promoção Comercial, Indústria e Serviços do Itamaraty, Sophia Kadri.
No bloco, o Brasil defende reformas no sistema de governança global, o aumento na participação dos países emergentes e maior eficiência das organizações internacionais. As prioridades se concentram em áreas como cooperação em saúde global; comércio, investimentos e finanças; mudança do clima; governança da inteligência artificial; arquitetura multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional.
Em 2024, em Moscou, quando a presidência do bloco estava com a Rússia, o Brasil defendeu a ampliação do fluxo de turistas pela facilitação de vistos, acordos de cooperação técnica e ações de promoção entre os países do grupo. O governo também adotou o Roteiro para a Cooperação em Turismo do BRICS, para facilitar o intercâmbio de turistas, o desenvolvimento de habilidades, a promoção do turismo sustentável e a digitalização dos serviços.
Carta do Cerrado
Conforme destacou Freixo, no encontro desta segunda, o grupo assinou, em consenso histórico, a Carta do Cerrado. Sobre o turismo entre membros do BRICS, a declaração ministerial aponta “o papel da cooperação entre os membros (…) como essencial para superar desafios e posicionar o turismo como um pilar central de crescimento sustentável e inclusivo”.
Já sobre turismo sustentável, o texto destaca a importância do intercâmbio de conhecimento e de “soluções colaborativas para fortalecer a capacidade do setor de adaptar-se aos desafios globais, incluindo as mudanças climáticas e a turbulência econômica”. E sobre os nômades digitais, o documento aponta para o que será vital, nos próximos anos: uma ação coordenada “para aproveitar o turismo de nômades digitais como um catalisador para o crescimento econômico, inclusivo e resiliente nas nações do BRICS”.
Agenda bilateral
Freixo também participou de uma reunião bilateral com o Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Além do presidente e do assessor de Relações Internacionais da Embratur, participaram do encontro o coordenador de Mercados Internacionais da Agência, Alisson Andrade, o diretor do escritório da ONU Turismo para as Américas, Heitor Kadri, o secretário e representante do ministro da economia dos Emirados, doutor Abdelrahman Hassan Almuaini, e a chefe de Assuntos Econômicos da Embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Brasília, Muna AlFalahi. O grupo discutiu a importância do aumento do fluxo turístico de parte a parte e da ampliação da conectividade aérea entre Brasil e o Oriente Médio.