TURISMO DE NATUREZA

Embratur e Instituto Semeia assinam acordo para promoção internacional de parques naturais do Brasil

Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado na sede da Agência prevê promoção da visitação e desenvolvimento socioeconômico das unidades de conservação brasileiras

Renato Vaz/Embratur
Acordo foi selado durante cerimônia no auditório da Embratur, em Brasília

18/06/2024 – A Embratur assinou, nesta terça-feira (18), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Instituto Semeia, organização filantrópica que trabalha para promover a visitação e potencializar o desenvolvimento socioeconômico sustentável de parques e unidades de conservação do Brasil. O acordo é voltado para ações conjuntas de promoção internacional de produtos e experiências de turismo de natureza nos destinos brasileiros. O turismo de natureza é uma alternativa às ações educativas e de conservação do meio ambiente.

O documento foi assinado pela diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Jaqueline Gil, e pela diretora executiva do Semeia, Renata Mendes, na sede da Agência, em Brasília. Também estiveram presentes o cacique geral do Povo Paiter-Suruí, Almir Suruí; o vice-cacique Anderson Suruí; o presidente da Coopaiter Cooperativa Indígena, Naraymir Suruí; o presidente da Garah Itxa Cooperativa Indígena, Celso Suruí, e o coordenador regional da Funai de Cacoal (RO), Rubens Suruí. 

Para Jaqueline Gil, o ACT é a conexão entre turismo e natureza que resulta em desenvolvimento econômico. “Conectar parques nacionais, estaduais, municipais, privados, parques de reservas com o benefício que o turismo pode trazer, por meio do financiamento, da economia, por meio das divisas nessas pessoas que chegam, é apostar no desenvolvimento da economia. Para a Embratur, reverter isso em conservação da natureza e no equilíbrio é o foco da nossa promoção de áreas protegidas, sejam elas públicas ou privadas”, pontuou.

Segundo a diretora executiva do Semeia, Renata Mendes, a parceria com a Embratur irá promover, ainda mais, o crescimento e desenvolvimento dos parques. “É o começo de muito trabalho pela frente, de a gente fazer o melhor pelo Brasil, pela nossa natureza, pelos nossos parques, e promover o desenvolvimento do jeito que a gente acredita: que esses parques são motores e alavancas para o desenvolvimento do país, que eles têm potencial de gerar, como a conservação da natureza, consciência ambiental na nossa população, mas também para visitantes estrangeiros, e gerar oportunidades, empregos e desenvolvimento a nível local”, reforçou. 

Para o cacique Almir Suruí, a assinatura do acordo representa um momento histórico. “Presenciar essa parceria é um momento muito especial para nós. É essa política que o Brasil precisa levar para quem ainda desconhece o potencial da nossa natureza, de contribuir de forma sustentável para o mundo. Buscando esse diálogo, essa parceria amplia a nossa experiência, nosso território, nossa cultura, nossa luta, que temos para o que nós chamamos de futuro do Brasil”, complementou. 

Após a solenidade, a equipe participou de um workshop do Programa Conexão Embratur. Com o tema ‘Conexão: Parques do Brasil: Perspectivas e Potencial para a Promoção Internacional’, a coordenadora de Conhecimento no Instituto Semeia, Mariana Haddad, abordou a promoção de produtos e experiências de turismo de natureza em parques e unidades de conservação do Brasil. 

O turismo de natureza é uma alternativa para a diversificação dos destinos brasileiros no exterior. Além disso, uma série de pesquisas mostra o crescimento do interesse de turistas de outros países em destinos de aventura e ecoturismo. Um estudo da Penta, encomendado pela Embratur, mostra essas duas categorias em terceiro e quinto lugares entre os nichos mais frequentes em viagens internacionais.

No mesmo estudo, ao responder os principais motivos de viagem ao país, 28% dos entrevistados falaram de natureza e biodiversidade. Em outro levantamento, da GlobalData, a procura dos turistas internacionais por destinos nacionais em ecoturismo aparece com 24%, enquanto a procura pelo mesmo tema no restante do mundo fica com 19%, confirmando que o turismo de natureza e o tema da sustentabilidade estão entre os principais motivos de viagem ao Brasil.

Belezas naturais
Segundo pesquisa realizada pela empresa Bounce, no início deste ano, o Parque dos Lençóis Maranhenses aparece como o segundo colocado na lista dos 10 mais bonitos do mundo. No ano passado, o jornal americano The New York Times elegeu os Lençóis e Manaus como dois dos 52 melhores destinos para se visitar em 2023.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou a importância do turismo de natureza para o Brasil. “Hoje, não dá pra fugir do debate do aquecimento global. E o turismo de natureza é uma forma de promovermos uma viabilidade econômica para que nossas florestas, nossas matas, tenham mais valor de pé, conservadas, contribuindo com os esforços para conter as mudanças climáticas. É um modelo econômico de sustentabilidade que garante à população de uma região que proteja o meio ambiente e, a partir do turismo, consiga girar a economia e garantir desenvolvimento, emprego e renda”, afirma.

“Os nossos parques naturais têm como missão conservar a biodiversidade brasileira e promover o uso público, incentivando o contato das pessoas com a natureza”, explicou a diretora executiva do Instituto Semeia, Renata Mendes. “Sabendo disso, nosso trabalho se baseia em potencializar o ciclo virtuoso das unidades de conservação, onde o turismo e a visitação em parques, a conservação da natureza e a geração de impactos socioeconômicos se conectam. Acreditamos que, depois de visitar e ter uma experiência positiva em um parque natural, as pessoas se sensibilizam com a importância de sua preservação”, destaca.

“Além disso, visitantes têm a oportunidade de consumir produtos e serviços oferecidos pela comunidade local, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico de maneira sustentável. Uma pesquisa nacional lançada recentemente pelo Semeia aponta que mais de 70% da população brasileira reconhece os benefícios ambientais e socioeconômicos do turismo para os parques e seus entornos”, completa Renata Mendes.

Cooperação técnica
O acordo assinado pela Embratur e o Semeia entra em vigor na data da assinatura e tem duração de 12 meses, podendo ser prorrogado a critério das partes, por termos aditivos. O documento tem como uma de suas cláusulas a divulgação e o estímulo ao uso da Marca Brasil em empreendimentos, equipamentos e na prestação de seus serviços, e também prevê o compartilhamento de dados, estudos, informações e outros conteúdos que contribuam para o desenvolvimento das atividades e do segmento.

Caberá à Embratur, dentre outras exigências, apoiar a participação do Semeia em ações de promoção do turismo em parques e unidades de conservação, no âmbito dos segmentos relacionados ao turismo de natureza, nos mercados estratégicos internacionais. A Agência também fica incumbida de apoiar e participar de atividades promovidas pela entidade conforme cronograma de ações previsto no Plano de Trabalho e em planejar, em conjunto, ações de promoção internacional do turismo de natureza.

Ficará a cargo do Semeia compartilhar dados, estudos e informações e outros conteúdos específicos para organização que contribuam para o desenvolvimento das atividades e do segmento – inclusive materiais multimídia que ajudem a promover os parques brasileiros em diferentes frentes, como redes sociais, imprensa e campanhas publicitárias. O instituto também ficará responsável por promover workshops de capacitação com colaboradores da Embratur a fim de que conheçam mais sobre turismo de natureza e o potencial existente nos parques e unidades de conservação do Brasil.

Outro tópico importante dentre as obrigações do contrato é a contribuição do Semeia para a formação de uma rede de contatos, que terá o intuito de fortalecer e potencializar as iniciativas em prol do desenvolvimento de atividades turísticas nos parques e unidades de Conservação com o foco na promoção internacional nos mercados estratégicos. Entre os resultados esperados com o ACT está impulsionar o aumento do número de visitantes internacionais aos parques brasileiros e o fortalecimento da cultura do turismo nesses espaços, além da diversificação das atividades e experiências oferecidas aos visitantes de outros países nesses locais.