27/06/2024 – A Embratur está promovendo uma série de atividades para marcar a Semana da Diversidade, que começou na segunda-feira (24) e se encerra no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, nesta sexta-feira (28). Entre as ações, colaboradores da Agência assistiram a dois bate-papos nesta terça (25), sobre políticas públicas, diversidade, visibilidade e a importância dessa parcela da população para o turismo, o desenvolvimento do Brasil, a economia criativa e a produção cultural.

A coordenadora de Afroturismo, Diversidade e Povos Indígenas da Embratur, Tania Neres, destacou que a Embratur já trabalha com essas temáticas e, dentre outras coisas, sua coordenação acompanha a produção de conteúdos publicitários da Agência para garantir a inclusão da população LGBTQIA+ nos trabalhos de promoção do país no exterior. De acordo com a coordenadora, é importante, também, trazer esse público para conversar com colaboradores para promover “o entendimento dessas vivências de diversidade e representatividade, para que possamos saber que caminho seguir”.

“A gente não pode esquecer que 28 de junho é Dia do Orgulho e precisamos falar sobre isso. Foi muito importante o hasteamento de uma bandeira na frente do prédio da Embratur [na segunda]. E, além disso, tivemos, no dia seguinte, dois convidados: a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, e o idealizador do projeto Favela Sounds, Guilherme Tavares, para falar exatamente sobre políticas públicas e como o mercado brasileiro é tão atrativo para esse turismo. Estamos falando sobre uma maioria invisibilizada que precisa ser vista e está sendo vista e, com isso, o mundo vem nos conhecer”, detalhou.

Políticas públicas
A primeira convidada foi a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, que falou sobre redes de segurança, políticas públicas e desenvolvimento a partir dessa temática. Symmy lembrou que a perseguição a essa parcela da população é maior em regiões que sofrem com a ausência de um plano nacional de desenvolvimento. Também destacou que garantir uma rede de segurança e a inclusividade dessas pessoas no mercado de trabalho coloca o país como um destino atrativo para turistas internacionais LGBTQIA+.

A secretária elogiou a iniciativa da Embratur e ressaltou a importância de um trabalho ativo para ouvir essa população para a elaboração de políticas públicas eficientes. “É importante a gente constituir, enquanto políticas públicas de segurança, de justiça, de direitos humanos, de educação, de diversas áreas, uma rede protetiva para as pessoas LGBTQIA+ para que essa parcela da população brasileira se sinta segura e também para quem visita o nosso país, sejam eles LGBTQIA+ ou não”, disse.

Favela Sounds
No segundo bate-papo, os colaboradores ouviram e fizeram perguntas para Guilherme Tavares, idealizador do Favela Sounds. Ele falou sobre a importância da ocupação de espaços públicos e de debate pela população mais vulnerável, incluindo o público LGBTQIA+. “Na palestra, eu tentei trazer um pouco a nossa experiência em termos de diversidade e inclusão dentro do Favela Sounds, que é um festival que acontece há oito anos aqui em Brasília”, lembrou. 

“O setor de turismo e o cultural podem se ajudar nesse momento, garantindo acesso à diversidade de forma total e irrestrita. As narrativas dominantes imperam e essas outras formas de ver o Brasil são imprescindíveis para a criação de políticas, para mostrarmos esse Brasil real, que tem muitas cores, é muito diverso e muito plural. Eu falei um pouco disso e de como o Favela Sounds tenta atuar nesse jogo também”, disse.

Além das palestras e bate-papo, a programação da Semana da Diversidade da Embratur ainda contou com outros momentos, como o Cine Queer, uma sessão especial de audiovisual com a temática LGBTQIAPN+.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou a importância da Semana da Diversidade e do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. “A gente costuma dizer que não tem um Brasil para o turista e outro para o brasileiro. É um Brasil só, e tem que ser bom pra todo mundo. O turismo tem que ser um motor de desenvolvimento, de geração de emprego e renda, de garantia da diversidade e até gerador de segurança. Mas, dentro do Brasil, também, temos que garantir um país que seja para todos. Que todos possam se sentir seguros em serem quem são para viver. Por isso, não podemos deixar que essa data passe despercebida”, defendeu.