ENTREVISTA

CEO da startup Diáspora.Black conta a experiência de ser uma das oito selecionadas para a aceleração do EmbraturLAB

Co-fundador da empresa, Carlos Humberto Silva Filho afirma que estar entre as escolhidas pelo programa significa o fortalecimento do afroturismo e do empreendedorismo negro

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CEO e co-fundador do Diáspora Black, Carlos Humberto Silva Filho, conta como tem sido a participação da startup no EmbraturLAB

29/11/2023 – Startup de turismo com sede em São Paulo, mas com ações em outras partes do país, a Diáspora.Black é uma iniciativa pioneira que valoriza temáticas voltadas à população negra promovendo o melhor da cultura afrobrasileira através de city tours, hospedagem, atividades online (cursos e eventos) e treinamento para empresas. 

Foi com essas credenciais que a traveltech conseguiu, em julho deste ano, se tornar uma das oito empresas selecionadas para participar do programa do EmbraturLAB – iniciativa que promove a competitividade dos serviços do setor do turismo a fim de melhorar a experiência dos estrangeiros que visitam o Brasil. A ideia da Embratur é qualificar os serviços oferecidos aos turistas estrangeiros no país, com foco no consumidor final, que é o turista internacional.

As empresas estão na fase de capacitação. Elas recebem treinamentos e orientações de profissionais tecnicamente qualificados do turismo a fim de desenvolver iniciativas que aprimorem a experiência dos estrangeiros no país. As melhores terão acesso a financiamentos que impulsionam as atividades do setor e serão promovidas pela Embratur em várias cidades do país. 

Em entrevista, o CEO e co-fundador do Diáspora Black, Carlos Humberto Silva Filho, conta como tem sido a participação da startup no EmbraturLAB, o que tem mudado na empresa nos últimos anos e quais os próximos desafios. Confira o bate-papo: 

1.Pelo site, é possível observar que a Diáspora Black tem uma comunidade grande envolvida com a principal atuação da empresa, que é reunir o melhor da cultura negra e transformar esse olhar em turismo. Como você poderia, de uma maneira breve, explicar de que forma o turismo se associa com o trabalho de vocês?
O turismo, além de mercado econômico, também é uma ferramenta pedagógica que promove conhecimento de lugares, de pessoas, de histórias, de narrativas… E o conhecimento é uma das maneiras mais profundas de mudanças de ideias, de pensamento e de mudanças de chave. Assim, temos essa possibilidade de mudança de perspectiva de potencializar o turismo, de apresentar lugares, histórias e paisagens que trazem a diversidade que representa esse país e que significa o grande diferencial competitivo em relação a outros países. O Brasil é o segundo país mais negro do mundo, atrás da Nigéria. Então, toda essa população negra gerou riquezas culturais, sociais, memórias, religiosidades, patrimônios materiais e imateriais. Esse é um grande diferencial brasileiro para apresentar ao mundo. E é esse o papel da Diáspora: conectar pessoas do mundo inteiro nessas belezas, nessas narrativas e nesses patrimônios, que são liderados por profissionais negros, estruturas de empreendedores negros do turismo. Além dessa conectividade, conseguimos gerar emprego para essas comunidades. 

2. Como foi para vocês serem uma das oito startups selecionadas para o EmbraturLAB? Como isso fortalece o trabalho da Diáspora Black?
Um reconhecimento muito importante na nossa trajetória, que também se materializa em alguns resultados comerciais, de alcance e de crescimento da empresa. Ter esses resultados reconhecidos em uma estrutura de aceleração, como o EmbraturLAB, nos traz a felicidade de ser uma das poucas empresas de turismo que chegam nesse espaço. As oportunidades que esse espaço traz, de desenvolvimento, de crescimento para o negócio e, sobretudo, trazendo para a nossa realidade. Hoje, o nosso principal objetivo nesse programa é tracionar esse crescimento da empresa. Então, compreendemos que, a partir dessa experiência com o EmbraturLAB, podemos abrir mais oportunidades de negócio e que façam o negócio se ampliar e crescer, sobretudo nessa perspectiva da internacionalização, na apresentação desses produtos de turismo e de afroturismo em outros países. 

3. Pelo cronograma do EmbraturLAB, as empresas estão passando pela fase de capacitação. Como está sendo este trabalho?
Vejo, pelo programa, que estamos numa fase um pouco mais à frente. Tivemos já algumas rodadas de captação. Já tivemos a nossa operação validada, ou seja, os nossos serviços, tanto B2C [empresa para consumidor], que é a plataforma de venda de turismo, quanto os serviços B2B [empresa para empresa], que é a venda de consultorias e treinamentos. Então, agora estamos em uma fase de tração, e esses serviços estão crescendo em uma velocidade muito grande, sobretudo o B2B. Isso resultou na contratação de novos colaboradores, ampliação das sedes, como a dos Estados Unidos, uma página nos EUA para a venda de afroturismo.

4. O EmbraturLAB vai selecionar as melhores iniciativas inovadoras para um teste prático, no Rio de Janeiro. Aquelas que se destacarem serão promovidas pela Embratur para serem utilizadas em outras cidades do país. Podem dar um spoiler do que a Diáspora Black vai apresentar de produtos ou soluções para o turismo?
Qualquer nível de reconhecimento e oportunidade de desenvolver o nosso trabalho gerando mais oportunidade de negócio é algo que está dentro do que a gente visualiza nesse momento. Essa possibilidade seria algo muito bom para a Diáspora e para o afroturismo como um todo.