07/03/2024 – A Embratur participou, nesta quarta-feira (6), de um encontro de networking com representantes da Associação do Trade de Viagens de Aventura (ATTA, na sigla em inglês) e empresas do trade internacional especializadas em ecoturismo e turismo de natureza. A reunião aconteceu na Alemanha, durante a Feira Internacional de Berlim (ITB), uma das mais importantes da Europa, que termina nesta quinta-feira (7).
A Agência patrocinou o encontro com a ATTA e foi convidada a fazer a apresentação final, uma palestra da diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade, Jaqueline Gil, sobre recuperação de destinos e marcas após crises. Jaqueline Gil apresentou os destinos brasileiros e falou sobre os impactos da crise climática no País, além da importância do setor de turismo discutir e se envolver no combate ao aquecimento global.
A Embratur voltou a fazer parte da ATTA em 2023 e trabalha para fortalecer os laços com a associação depois de quatro anos em que o Brasil deixou de ser considerado membro bem-vindo. A reaproximação faz parte de um plano de trabalho que também inclui a recuperação da imagem do país como destino que protege e é potência em destinos de natureza, ecoturismo e aventura.
Outro objetivo é trazer para o Brasil eventos internacionais da ATTA, entre eles, o AdventureWeek, em 2024, o AdventureElevate, em 2025, o AdventureNEXT, em 2026, e o Adventure Travel World Summit (ATWS), em 2027.
Para o encontro, a associação mobilizou a comunidade de mais de 30 empresas e destinos focados em ecoturismo e turismo de natureza do mundo.
Crise global
Jaqueline Gil falou no painel sobre gestão de crises e o que a Embratur faz durante momentos de tomada de decisão. “No caso do Brasil, as crises estão muito mais conectadas com mudanças climáticas. Dei o exemplo do fogo no Pantanal, em 2019, e da Amazônia com as secas no ano passado. E o que eu contei foi que sabemos que as mudanças climáticas vão impactar o Brasil, inclusive e principalmente nas regiões que coincidem com os maiores fluxos de turismo internacional no país”, destacou.
Ainda de acordo com a diretora, as vulnerabilidades do país sob a ótica das mudanças climáticas estão diretamente conectadas com os destinos de turismo internacional. “É mandatório que a gente comece a trabalhar com essa temática no âmbito do turismo. Apesar de o Brasil ter sido líder na discussão de temas climáticos no mundo desde 1992, quando recebemos a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o turismo só se engajou nessa discussão recentemente”, lembrou.
“Foi no ano passado que a Embratur assinou a Declaração de Glasgow para ações climáticas no turismo e começamos a trabalhar em nível federal com essa temática. Receberemos a COP 30 no ano que vem, o que coroa um ciclo importante desde 1992 quando começamos as primeiras discussões, e o turismo tem que ter um papel de protagonismo nesse sucesso”, acrescentou Jaqueline Gil.
Mercado europeu
Durante a apresentação, a diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur também falou sobre como o Brasil é competitivo na temática de natureza e ecoturismo, e apresentou os rankings em que o país apareceu, como publicações da Forbes, da Unesco e do Fórum Econômico Mundial. A última campanha da Agência na Europa também tem os destinos de natureza e processos de conservação ambiental como temas centrais.
Além da apresentação, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, se reuniu com representantes da ATTA. Essa é a segunda semana de eventos e feiras de turismo na Europa em que Freixo representa a Agência e atua na divulgação do Brasil no exterior e apoio ao trade turístico brasileiro. Dias antes, o presidente e a equipe também marcaram presença com um estande na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), em Portugal.
A ITB é uma das feiras de turismo mais importantes da Europa e o mercado do segmento alemão é considerado em recuperação no Brasil, com tendência de crescimento. A Alemanha é, hoje, o 8º principal emissor de turistas mundial e, nos últimos dois anos, o terceiro país europeu que mais envia visitantes estrangeiros para o Brasil, atrás apenas da França e de Portugal. Em 2023, o Brasil recebeu 158.582 turistas internacionais vindos da Alemanha. O número é 31% maior que em 2022, quando o registro foi de 120.670. Os dados de visitantes do exterior são da Gerência de Dados da Embratur em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e a Polícia Federal (PF).
A previsão para este ano é que os destinos brasileiros recebam 215.336 alemães. Atualmente, voos diretos da Alemanha para o Brasil acontecem apenas nas rotas Frankfurt-Rio de Janeiro, pelo Galeão, e Frankfurt-São Paulo, por Guarulhos. Além disso, 77,2% das viagens com origem na Alemanha chegam ao Brasil em voos de conexão via Portugal, França e Países Baixos.
A oferta é de 5.926 assentos em 17 voos semanais, e a previsão de conectividade entre a Alemanha e o Brasil para 2024 é de 352.470 assentos em 976 voos de duas companhias, um crescimento de 6% em relação a 2023. A estratégia para aumentar a oferta de produtos nacionais nas prateleiras do trade alemão e europeu em geral é reposicionar o Brasil como um destino sustentável e capacitar o trade do país europeu sobre destinos nacionais.
Em conjunto, a Embratur trabalha para aumentar o número de voos ligando os dois países. Entre as novas rotas, a meta é acelerar a retomada de trechos operados pela aérea Condor direto para Fortaleza (CE) e Recife (PE), além de tornar mais atrativos os horários de voos com conexão em Lisboa, Portugal.