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Embratur e empresa de tecnologia de turismo Expedia discutem promoção do Brasil no exterior

Grupo estadunidense tem uma base de clientes internacionais ampla e a possibilidade de atingir, com campanhas, pessoas e empresas diretamente interessadas em viajar

Renato Vaz/Embratur
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e equipe em reunião com Jean-Philippe Monod de Froideville, vice-presidente global do Grupo Expedia

25/03/2024 – O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e a diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade da Agência, Jaqueline Gil, fizeram uma reunião com o vice-presidente sênior do Expedia Group, Jean-Philippe Monod de Froideville, para discutir estratégias e ações para atrair turistas internacionais para o Brasil. Parceira da Agência, a empresa estadunidense de tecnologia de turismo gerencia diversas agências online de viagem – também conhecidas pela sigla em inglês OTA (Online Travel Agency).

O encontro aconteceu na quinta-feira (21) na sede da Embratur, em Brasília (DF). Também participaram da reunião a coordenadora de Mercados Internacionais da Agência, Carolina Stolf, e o chefe de assuntos governamentais e corporativos da Expedia, André Aprigio. O grupo, que tem uma base de dados ampla e mais de 168 milhões de clientes internacionais, quer ampliar as ações de promoção do Brasil junto à Embratur e trouxe novas possibilidades para otimizar o resultado de campanhas. 

Froideville destacou que cerca de 50% dos clientes da Expedia não têm em mente qual país pretendem visitar na hora de planejar uma viagem. Em vez disso, pensam em modalidades de turismo, como natureza, gastronomia, cultura, sol e praia e outras, o que coloca o Brasil em uma posição competitiva, por conta da grande diversidade de destinos do país. O grupo também está interessado em aumentar a divulgação de destinos de menor porte a serem explorados, o que combina com a estratégia de diversificação da Embratur.

Para Freixo, o trabalho conjunto do grupo e da Agência é estratégico, pois trabalha diretamente com pessoas e empresas diretamente interessadas em viagens internacionais, o que ajuda o Brasil a se tornar mais conhecido no exterior. “Estamos em um momento muito bom e nossos desafios são superar a marca dos 6 milhões de turistas por ano, aumentar a conectividade do Brasil, o número de voos e chegadas, e tornar o país mais conhecido lá fora. O desconhecimento sobre o Brasil ainda é grande”, afirmou.

“Temos destinos variados, diversos, de sol a praia, natureza, gastronomia, uma cultura muito forte, estamos trabalhando a relação com o turismo audiovisual, temos o projeto rotas literárias e afroturismo que é um produto que nunca tinha sido divulgado e tem apelo no mercado internacional e um interesse grande entre os norte-americanos; os Estados Unidos são nosso segundo país emissor, e tornar essa diversidade conhecida é um ponto em comum que temos [com a empresa], uma oportunidade muito boa”, completou.

Campanhas e resultados
Em 2023, a Embratur inovou ao estabelecer com as OTAs, em contrato, novos dispositivos como metas de vendas e apresentação de resultados de performance em tempo real. Os dados ajudam a orientar as campanhas para atrair mais turistas internacionais para o Brasil. Uma campanha feita com a Expedia entre julho e agosto acabou em um acréscimo de 38% na emissão de passagens aéreas e hospedagens no Brasil, por exemplo.

A parceria representou aumento de 9 mil novos turistas para além do esperado para o período da campanha. Esses visitantes adicionais não comprariam viagens para o país de forma orgânica. Conforme relatório produzido pelo Expedia Group à época, a parceria teve o melhor retorno sobre investimento de todos os tempos. O dado mais importante é o que o mercado chama de ROAS. No português, o retorno sobre o investimento feito com publicidade: cada dólar investido na campanha gerou 42,9 dólares em produtos comercializados (entre passagens, hospedagem, aluguel de veículos e outros).

Jaqueline Gil lembrou que esse contrato foi o maior de todas as campanhas que a Expedia já fez com a Embratur. Os destinos que mais atraíram os norte-americanos foram Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Porto de Galinhas (PE) e Natal (RN). “Ela teve início em 1º de março e já temos informações que está indo muito bem”, destacou. 

Opção de clique
Sobre a reunião de quinta-feira, a diretora de Marketing Internacional, Negócios e Sustentabilidade descreveu como “uma reunião estratégica para alinhar direcionamentos de Brasil junto da plataforma Expedia”. “O encontro também serviu para entendermos, a partir do big data gigantesco deles, os direcionamentos de fluxos de visitantes, e conhecermos um pouco mais de detalhes e tendências e insights de estudos que a Expedia faz com uma base amplíssima de players, tanto voltados para empresas quanto para consumidores finais”, explicou Jaqueline Gil.

De acordo com a diretora, a parceria com a empresa permite que a Embratur migre da comunicação massiva “para uma comunicação de nicho, com a pessoa que aperta o botão e compra”. “Essas parcerias são decisivas no volume de turistas que a gente consegue aportar de fluxos internacionais para cá. O insight mais importante foi que 50% do movimento de clientes na plataforma da Expedia no mundo não sabem para onde vão viajar. Ou seja, estão buscando opções. O que confirma a importância de estarmos com campanhas cooperadas ali dentro para o Brasil ser uma opção de clique de compra nesse momento da decisão”, detalhou.