O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, participou nesta sexta-feira (7/5) da reunião de ministros do Turismo das Américas, promovida pela Organização Mundial do Turismo (OMT). No encontro, realizado em Punta Canta, na República Dominicana, foram pontuados os desafios para a retomada do setor e a padronização de medidas e protocolos entre os países. O presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), Carlos Brito, acompanhou o ministro brasileiro em sua comitiva.
Durante o evento, foram apresentados os resultados e recomendações elaborados pelo Comitê Mundial de Crise para o Turismo da OMT. O documento propõe harmonizar os protocolos para a região das Américas, a fim de fortalecer os esforços entre os Estados membros e facilitar viagens seguras para o benefício de viajantes, negócios e comunidades.
A padronização seguiria quatro etapas de trabalho conjunto: mapa codificado por cores, em que classifica os países de acordo com sua situação de risco para a Covid-19; criação de corredores sanitários para promover destinos, facilitar a mobilidade, reduzindo riscos; implementar soluções digitais de saúde, como o certificado digital de vacinação que, segundo a OMT, não seria obrigatório, apenas recomendável; e adoção de um sistema de monitoramento global com status atualizado de restrições pelos países a fim de orientar os viajantes e governos.
Sobre as vacinas , o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, pediu uma orientação da OMT sobre as divergências de restrições de vacinas entre os países. “A pergunta que faço a OMT é: quem vai determinar quais vacinas serão válidas? Não adianta o Brasil vacinar com vacinas que outros países não aceitam e vice-versa. É importante que a OMT traga esse debate sobre a padronização dos imunizantes”, destacou.
Em sua fala, o ministro ressaltou ainda que, mesmo em meio à pandemia, o Brasil continua recebendo um aporte de investimentos milionários, a exemplo do leilão de aeroportos realizado no último mês, que garantiu um investimento de R$ 6,1 bilhões, e da construção de 147 novos hotéis no país. “Isso serve de exemplo para todos nós. Vamos ter sim, não uma simples retomada, vamos ter ‘a’ retomada”, frisou o ministro.
Machado Neto destacou o potencial de geração de emprego e renda do Brasil e fez um apelo ao debate sobre a melhoria da legislação trabalhista que, segundo ele, possui alguns entraves a serem vencidos. “O maior esforço que temos hoje é na recuperação do emprego. Seria muito produtivo se a OMT fizesse um documento falando especificamente sobre a legislação trabalhista. Por exemplo, em um voo de São Paulo a Sidney, na Austrália, não é permitido ter tribulação brasileira, justamente porque a legislação trabalhista não é unificada”, pontuou.
Por fim, o ministro agradeceu a iniciativa da OMT. “É muito importante estarmos juntos aqui para debater e colocar os problemas na mesa e para buscar um direcionamento único para as Américas. Nós somos o continente mais preservado do mundo. Nada se compara ao nosso continente”, concluiu o ministro.
Após o debate, os ministros do Turismo das Américas assinaram a Declaração de Punta Cana, espécie de termo de consentimento em que todos os representantes das nações se comprometem a apoiar o turismo, adotar protocolos internacionais unificados, apostar na inovação e transformação digital em prol da retomada do turismo, dentre outros.
O presidente da Embratur, Carlos Brito, considerou a reunião produtiva. “Estamos trabalhando para unificar ações que possibilitem o retorno seguro das atividades turísticas. Nessa reunião estiveram presentes líderes governamentais do setor para as Américas. Mas o objetivo é que tenhamos soluções globais para a retomada das atividades”, disse.