27/07/2023 – A Coordenação de Diversidade, Afroturismo e Povos Indígenas da Embratur já solicitou os dados brutos do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a população quilombola do país. O propósito é de entender o perfil socioeconômico de cada comunidade e projetar quais os desafios de qualificação destas localidades como destinos turísticos. Segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27), a população descendente de quilombola no Brasil é de 1.327.802 pessoas e representa 0,65% do total de habitantes. O levantamento inédito identificou 473.970 domicílios onde residia, pelo menos, uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros (30,5% do total).
A Fundação Palmares, órgão vinculado ao Ministério da Cultura voltado para a preservação da cultura afro-brasileira, já concedeu certificação a 2471 comunidades remanescentes de quilombos. A Embratur atua mapeando as experiências turísticas nessas comunidades para a promoção internacional destes destinos. “Já estamos fazendo um mapeamento dentro do turismo de experiências, que envolve gastronomia, cultura, religiosidade e patrimônio, tudo isso combina com as comunidades quilombolas. Com o censo, nós vamos conseguir buscar um direcionamento, em parceria com órgãos como o Sebrae, que busque uma qualificação para esse turismo”, ressaltou Tânia Neres, coordenadora de Diversidade, Afroturismo e Povos Indígenas.
O mapeamento inédito traz indicadores de escolaridade, acesso à saúde, habitação, dentre outros. Representa uma reparação histórica, segundo o presidente do IBGE, Cimar Azeredo. Para ele, o levantamento dessas comunidades foi fundamental para que o Instituto chegasse a números ainda maiores de quilombolas no país. “ Estamos tentando saldar uma dívida enorme com o povo negro. Os dados apresentados hoje pelo IBGE nos fazem muito orgulhosos desse censo que entregamos para a sociedade. E esse estudo surpreende porque contamos mais quilombolas do que temos nos registros administrativos oficiais como o CadÚnico e o acompanhamento dos quilombolas vacinados. Esse monitoramento é importante para balizar políticas públicas para essa população”, destacou.
Repercussão
Mais do que contar quantos quilombolas tem o Brasil, o censo dá visibilidade a essa população e pode garantir mais direitos aos aquilombados, como afirma a representante do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), Florbela Fernandes.
“Após 135 anos da abolição da escravidão do Brasil, finalmente, veio esse resultado. A visibilidade estatística expressa o reconhecimento da luta histórica pela dignidade das comunidades quilombolas, o compromisso com o antirracismo e com a Agenda 2030. O desafio agora é de assegurar que esses dados sirvam para a tomada de ações que resultem em mais direitos e mais oportunidades para a população quilombola”, reforçou Florbela
O Nordeste concentra o maior percentual de quilombos do país: 68,19%. São 905.415 pessoas de todos os quilombolas brasileiros. Dandara Mendes mora no Território Quilombola de Conceição das Crioulas, que fica em Pernambuco. Com 22 anos, agora ela se sente representada pelo Censo do IBGE.
“Estamos contando os quilombolas: ver tudo isso foi muito importante para mim, como cidadã e como quilombola. Imaginar que agora as pessoas foram contadas, que todos sabem que existimos, a gente se sente privilegiado e muito grato. Eu tenho 22 anos e fico imaginando o meu povo que não teve essa oportunidade de ver isso acontecer. Nós estamos dentro do censo da população brasileira e isso é emocionante”, contou.
Joelita Bittencourt que mora no Quilombo Rincão dos Negros, no Rio Grande do Sul, se emocionou duplamente com o levantamento do número de quilombos: “É um prazer ter sido recenseadora e um prazer maior ainda estar dentro dessa contagem”, disse.
Assim como o censo da população quilombola, o IBGE também está trabalhando em um levantamento da população de povos indígenas, da população agropecuária e no estudo “Favela no Mapa” – os três levantamentos ainda sem data para serem divulgados.
Documentário
A Embratur produziu, em maio deste ano, um mini documentário sobre turismo de base comunitária no quilombo Kalunga no município de Cavalcante, Goiás. Meio a cachoeiras e paisagens deslumbrantes da Chapada dos Veadeiros, o território Kalunga, fruto de um forte processo histórico de resistência, desponta hoje como um dos grandes exemplos em que o turismo se faz crucial para a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O turismo de base comunitária representa para os Kalungas a geração de mais emprego e renda, mudando toda a qualidade de vida da comunidade. Diretamente, beneficia pontos de hospedagem, como campings e pousadas, além de grupos artísticos e culturais tradicionais, como também toda uma rede de guias turísticos e empreendedores locais. Indiretamente, ajuda a economia da região através da agricultura familiar, dos restaurantes caseiros, aqueles que trabalham com o transporte dos visitantes e toda uma economia da preservação. É a partir desse tipo de experiência que o Brasil se transforma pelo turismo.
A Embratur está reconectando o Brasil ao mundo com parcerias entre estados, municípios, aeroportos e companhias aéreas. Em ação nunca antes vista no país, junto com os Ministérios do Turismo e de Portos e Aeroportos, criamos o PATI, um programa voltado para atrair voos internacionais para o nosso país, ampliando assentos e conectividade. Ao final de 2025 vamos ter quase 8 milhões de assentos a mais do que tínhamos em 2022. Um aumento de 80%. É o Brasil voando mais alto e mais longe no cenário global!
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